Pelos vestígios romanos existentes em Vizela, presume-se que por Oculis Calidarum, atualmente Vizela, passava uma via romana que ligava Braga a Amarante. Esta via atravessava o rio Vizela, como tal, teria de haver uma ponte. No cerne do Império Romano estavam as suas proezas de engenharia e as pontes eram o seu expoente científico. Na globalidade, o desenvolvimento que os romanos alcançaram nas ciências foi bastante limitado e sofreu marcante influência dos gregos. Na astronomia, as noções introduzidas pelos romanos também não ultrapassaram aquelas herdadas da Grécia. Conheciam a existência de cinco planetas e tinham ideias não muito precisas a respeito do movimento da Lua em torno da Terra. Os seus conhecimentos astronómicos permitiram que, no tempo de César (em 46 a.C.), fosse elaborado um novo calendário – o calendário Juliano – que sobreviveu até final do século XVI (1582), sendo substituído pelo calendário gregoriano, devido ao papa Gregório XIII. Esse calendário, que não é muito diferente do Juliano, foi adotado porque os astrónomos descobriram algumas imprecisões no antigo calendário romano. A Ponte Romana de Vizela, ex-libris da cidade, incontornável elemento identitário da região representa o expoente máximo da ciência e Engenharia romana e é com base neste legado científico, nesta realidade, nesta ponte entre o passado e o presente que se apresenta o Clube de Ciência Viva da Escola Secundária de Caldas de Vizela, com o tema “A Astronomia de Oculis Calidarum a Vizela”. Recorrendo à ciência desde o tempo dos romanos até à atualidade, o Clube pretende ser um centro promotor do sucesso educativo, não só como laboratório para a aprendizagem assente na metodologia STEAM.